Os cristãos precisam guardar o Sábado?

Quarteto Está Escrito - Descanso para o Coração

O ensino de ambos os Testamentos aponta para a obrigatoriedade universal da guarda do sétimo dia como o sábado, o dia bíblico especialmente reservado para descanso e adoração. Embora seja associado pela maioria dos cristãos aos judeus (limitando assim a aplicação do mandamento), o ensino da Palavra de Deus aponta para sua guarda também pelos cristãos:

A) sua origem e instituição, ao final da semana da criação (Gên. 2:1-3), data de 2500 anos antes da existência de Abraão — o patriarca de cuja descendência se forma o povo judeu;

B) sua posição como um dos Dez Mandamentos o iguala a preceitos morais como a proibição da idolatria e a interdição do adultério (Êxo. 20:1-17), válidos assim para todos os homens e épocas;

C) as profecias de Isaías predizem que o sábado seria guardado pelos gentios na era messiânica (cap. 56:1-7) e no Céu por todos os salvos (66:22-23);

D) o costume de Jesus (Luc. 4:16), Suas instruções para a destruição de Jerusalém (Mat. 24:20), Suas obras de cura no dia santo e disputas com os fariseus (Mat. 12:1-14; Mar.1:21-34; Luc. 13:10-17; 14:1-6; João 5:1-15; 9:1-41) mostram COMO guardar o sábado, não SE ou QUANDO guardar o sábado;

E) os primeiros cristãos repousavam no sábado, como mostra o historiador Lucas ao relatar a experiência das mulheres na semana santa (Luc. 23:54—24:1) e do apóstolo Paulo (Atos 13:14, 42-44; 17:1-3; 18:1-4), que ao fim da vida disse nunca ter transgredido os costumes judaicos (Atos 25:6-8; 28:16-17).

F) a completa omissão de qualquer controvérsia sobre o sábado nas disputas entre judeus e gentios em Atos e nas cartas de Paulo mostra a evidência da guarda do sábado pelos cristãos no tempo apostólico.

A guarda do domingo e a adoração com imagens provém da mesma fonte: não a Palavra de Deus, mas a mescla de cristianismo e paganismo que resultou no sistema católico romano. Catecismos e livros católicos anteriores ao Concílio Vaticano II atestam com todas as letras que a mudança do dia de adoração foi feita pela autoridade da Igreja Católica, não pelo mandamento neo-testamentário.

Nosso herói Lutero dizia, e corretamente, que as Sagradas Escrituras, e não a tradição da Igreja, representavam o guia de sua vida. Mas John Eck, um dos mais destacados defensores da fé católica romana, atacou Lutero no ponto-chave da Reforma: o sola scriptura – “a Bíblia e a Bíblia somente”. Reivindicando que a autoridade da Igreja se encontrava acima da das Escrituras, John Eck desafiou Lutero no tocante à observância do domingo em lugar do sábado. Disse Eck:

“As Escrituras ensinam: ‘Lembra-te do dia de sábado para o santificar; seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus’, etc. Entretanto, a Igreja mudou o sábado para o domingo com base em sua própria autoridade, e para isto você [Lutero] não tem Escritura.” John Eck, Enchiridion of Commonplaces Against Luther and Other Enemies of the Church, tradução de Ford L. Battles, 3a edição (Grand Rapids: Baker, 1979), pág. 13.


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Quando surgiu o Sábado – no Sinai ou no Éden?

A Origem do Sábado como Dia Sagrado

“Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera” (Gênesis 2:1-3). Deus instituiu o sábado (junto com o matrimônio) no último dia da semana da criação, quando o mundo ainda ostentava sua perfeição original (Gênesis 31), antes que o homem pecasse e antes de estabelecer as nações. Desse modo, o sábado foi dado a toda a família humana, e não apenas a uma parte dela. Etimologicamente, “sábado” é uma palavra hebraica que significa “descanso”, e os diversos idiomas testemunham a universalidade do sábado.

Deus instituiu o sábado em Gênesis 2:1-3 através do tríplice ato de descansar, abençoar e santificar. Houvesse Deus apenas descansado, e dúvidas ainda poderia haver quanto à validade desse descanso para as criaturas. Mas o fato de Ele também haver abençoado (transformando em um canal de bênçãos) e santificado (separando para uso sagrado) esse dia confirma a instituição edênica do sábado para a raça humana.

Jesus disse: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Marcos 2:27. Não somente para os judeus, mas para o homem – todo homem e toda mulher em todos os lugares. Os judeus só passaram a existir 2.500 anos após o estabelecimento do sábado.

O sábado, como foi dito e reiteramos, antedata o pecado e fora dado antes da Queda, portanto antes que o homem necessitasse de Redenção. Mas se não tivesse havido a tragédia da Queda, o que aconteceria com o sábado? Continuaria a ser observado pelo homem no Éden, com o privilégio da companhia de Deus. Mas não há dúvida que continuaria a ser observado.

E tanto isto é verdade que, na Restauração de todas as coisas, quando enfim a maldição for removida desta Terra e tudo voltar à pureza edênica e o homem à glória original, o sábado continuará a ser observado e para sempre pelos salvos no lar eterno, segundo lemos em Isa. 66:22. Portanto, o sábado é uma instituição universal que associa os três fundamentos basilares da fé cristã: Criação, Queda e Redenção.

Que Gênesis 2:1-3 deve ser entendido como a instituição do dia de repouso para todos os homens podemos ver também pela explicacão do teológo batista Augustus Strong, que não é adventista. Ele contradiz a idéia de que o sábado é mosaico. Diz ele:

"O sábado é de obrigação perpétua como memorial instituído por Deus, de Sua atividade criadora. A exigência do sábado é anterior à época do Decálogo, e forma uma parte da lei moral. Feita na Criação, aplica-se ao homem como homem, em toda a parte e em qualquer tempo, em seu presente estado de existência."

Por esta declaração do mestre batista se evidencia que o sábado não se originou do legalismo de Israel. E acrescenta:

"No Velho Testamento há indicações da observância do dia do sábado antes da legislação mosaica." — A. H. Strong, Systematic Theology (Ed. Three Volumes in One, The Judson Press), pág. 408.

Em outra passagem, Strong é mais incisivo:

"O sábado é de obrigação perpétua.... A sua instituição antedata a Decálogo e forma uma parte DA LEI MORAL." – A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 408.

O erudito comentador batista Broadus também defende a universalidade do sábado nestas palavras:

"O sábado parece ter sida ordenado aos nossos pais logo que foram criados; e juntamente com a instituição do casamento constituem as únicas relíquias que nos restam da vida sem pecado no Paraíso. O mandamento de santificá-lo foi incluído entre os Dez Mandamentos, a LEI MORAL, que é de obrigação perpétua." – John A. Broadus, Comentário ao Evangelho de S. Mateus, Vol. 1, 344.


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O Novo Testamento ensina a guardar o Sábado?

O Novo Testamento e o Sábado

Muitos dizem: "os princípios da lei que valem para nós são apenas os que são repetidos no Novo Testamento. De fato, todos os princípios morais da lei são repetidos, mas o sábado não é." Essa argumentação, comum em livros que acusam e combatem os adventistas do sétimo dia, são unânimes em afirmar que NOVE mandamentos do Decálogo são repetidos no Novo Testamento, apresentando inclusive uma surrada tabela em que só não aparece o sábado.

Será isto verdade? Não, pelo contrário! Existem 59 referências ao sábado semanal no Novo Testamento, 1 sobre o sábado cerimonial e 8 ao "primeiro dia da semana". Abaixo seguem as passagens que mostram o sábado como o dia de descanso e adoração na vida de Cristo e história da Igreja primitiva:

Mateus 12:8 Porque o Filho do Homem é senhor do sábado.

Mateus 24:20 Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado.

Lucas 4:15-16 E ensinava nas sinagogas, sendo glorificado por todos. Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.

Lucas 23:54-56 Era o dia da preparação, e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento.

Atos 13:13-14 E, navegando de Pafos, Paulo e seus companheiros dirigiram-se a Perge da Panfília. João, porém, apartando-se deles, voltou para Jerusalém. Mas eles, atravessando de Perge para a Antioquia da Pisídia, indo num sábado à sinagoga, assentaram-se.

Atos 13:42-44 Ao saírem eles, rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras. Despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, e estes, falando-lhes, os persuadiam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.

Atos 16:12-13 e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido.

Atos 17:2-3 Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio.

Atos 18:1, 4 e 11 Depois disto, deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. 4 E todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos. E ali permaneceu um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.

Hebreus 4:4-10 Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso. Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas as boas-novas, de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a respeito de outro dia. Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas.


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O Sábado foi mudado para o domingo?

Marcelle, Douglas e Milce - Descanso para o Coração

Três contra-argumentos comuns usados contra o sábado são: A) O sábado foi mudado para o domingo. B) Para guardar o mandamento, basta guardar um dia em sete. C) Podemos guardar qualquer dia ou nenhum dia, sem que ninguém nos julgue por isto. Vejamos cada um deles.

Apenas 8 textos no Novo Testamento falam do domingo, chamando-o meramente de "o primeiro dia da semana". Cinco deles (Mat. 28:1; Mar.16:2 e 9, Luc. 24:1; João 20:1) apenas relatam que Jesus ressuscitou neste dia, sem falar de qualquer alteração no dia de guarda ou reunião religiosa no domingo. João 20:19 é o único nos evangelhos que fala de reunião "no primeiro dia", mas não foi para comemorar a ressurreição do Salvador: embora as mulheres tivessem contado a eles que viram o túmulo vazio e Jesus ressurreto, os apóstolos não creram e estavam "de portas trancadas, por medo dos judeus" quando Jesus apareceu. "Oito dias depois" (que pode ser o domingo ou a segunda-feira), Ele aparece novamente para convencer Tomé da ressurreição, não para celebrar o domingo — se for domingo — com os discípulos (João 20:24-27).

Se Jesus tivesse feito a alteração do sábado para o domingo, Ele próprio teria comunicado a mudança a Seus discípulos, e estes escreveriam a respeito nos evangelhos. Mas nada é encontrado. É curioso notar que um verso antes no evangelho de Lucas, escrito 40 anos depois da ressurreição, afirma que as mulheres "no sábado, descansaram, segundo o mandamento" (Lucas 23:56). O advogado e teólogo protestante DR. WILLIAM SMITH no seu célebre Dicionário da Bíblia, pág. 366, embora advogando a vigência do domingo, reconhece a escassez de provas e admite honestamente o seguinte em relação a esses textos:

"Tomadas separadamente, talvez, ou mesmo todas em conjunto, estas passagens se nos afiguram não muito adequadas para provar que a dedicação do primeiro dia da semana ao propósito acima mencionado [dia de repouso em honra da ressurreição] fosse matéria de instituição apostólica, ou mesmo uma prática dos apóstolos".

Atos 20:7 fala dos discípulos reunidos para partir o pão no primeiro dia. Como a contagem bíblica do dia começa ao fim da tarde, não à meia-noite (Gên. 1:5,8; Lev. 23:32; Mar. 15:42; Luc. 24:29), a reunião em Trôade aconteceu exatamente no sábado à noite, não no domingo. Além disso, o próprio verso mostra que esta não era uma reunião regular para santa ceia, mas convocada de forma extraordinária para reunir os crentes antes de Paulo partir de viagem. As reuniões religiosas mencionadas no livro de Atos são efetuadas no sábado — congregando judeus e gentios — na sinagoga (13:14, 42-44;18:1-4) ou ao ar livre (17:1-3).

1 Cor. 16:2 faz referência a coletas feitas no primeiro dia da semana para os pobres de Jerusalém. O texto na Almeida Revista e Atualizada fala para que o crente separe o dinheiro "EM CASA" e "VÁ AJUNTANDO". Não se tratava de culto nem de reunião alguma no primeiro dia da semana, pois a coleta a) não era feita na igreja, b) não era parte do culto nem se destinava à igreja local e c) era uma separação de dinheiro que cada um devia fazer em sua casa. Assim, quando Paulo viesse, cada um lhe entregaria o total da oferta que foi AJUNTANDO, isto é, separando e guardando ao longo da semana e que Paulo levaria ou mandaria para os crentes pobres de Jerusalém. Sobre a omissão de EM CASA no texto em outras versões bíblicas, vejamos o The Cambridge Bible For Schools and Colleges, publicado pela Cambridge University Press, declara, comentando este texto, que "não podemos inferir desta passagem que os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana." E prossegue:

"'Cada um ponha de lado', isto é, em casa, no lar, não em reuniões como geralmente se supõe. Ele [Paulo] fala aqui de um costume que havia naquele tempo, de se colocar uma pequena caixa ao lado da cama, e dentro dela se depositavam as ofertas, depois de se fazer oração." – Parte "The First Epistle to the Corinthians", editado por J. J. Lias, pág. 164.

Os primeiros 6 textos sobre o domingo vistos no Novo Testamento mostram que não há qualquer mandamento claro ou ou indireto de Jesus ordenando guardar o domingo em honra à Sua ressurreição. O apóstolo Paulo escreveu muito sobre ela, sendo este um de seus temas favoritos ao pregar aos judeus e aos gentios. Mas os dois últimos textos vistos mostram que Paulo não via qualquer ligação entre a este evento e a guarda do domingo. Para comemorarmos a ressurreição de Jesus, o Novo Testamento ordena não a guarda do domingo, mas o batismo nas águas. Paulo ensina que, no simbolismo da imersão, somos sepultados na morte com Cristo e ressuscitamos com Ele para uma nova vida por meio do batismo (Rom. 6:3-5).


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Basta ao cristão guardar um dia em sete?

Sonete, Príscila e Melissa - Crer e Observar

A idéia de que basta guardar um dia em sete é muito comum para defender a falta de apoio na Bíblia para a guarda do domingo e tentar manipular o mandamento de Deus. Esta esdrúxula interpretação de "um dia em sete," junto com a não menos esdrúxula denominação de "sábado cristão" aplicada ao domingo, surgiu em 1595 A. D. quando a questão do dia de guarda agitava a Inglaterra, provocando acesos debates entre os teólogos protestantes. E, segundo lemos em The Creeds of Christendom, de Philip Schaff, cap. 21, Vol. 1, pág. 762, foi NICHOLAS BOWND que, naquele ano, pela primeira vez, estabeleceu a tese de "um dia em sete." O dado é importante ao mostrar que ninguém no tempo de Cristo nem 1.000 anos depois pensou em fazer tão esquisita interpretação do mandamento divino!!!

Leiamos o mandamento em Êxo. 20:8-11:

"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou."

O Assim Diz o SENHOR é claro demais: "o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus". Somente a conveniência e rebeldia humanas querem traduzir "um em sete dias é o sábado do SENHOR teu Deus".


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O domingo vem da Bíblia ou da Igreja de Roma?


Tomás de Aquino:

"Na Nova Lei a observância do dia do Senhor tomou o lugar da observância do sábado não em virtude de preceito mas pela instituição da igreja e o costume do povo cristão."
Thomas Aquinas, Summa Theologia, 1947, II, Q. 122 Art.4, pág. 1702.

John Eck, um dos mais destacados defensores da fé católica romana, ao atacar Lutero no ponto da Sola Scriptura:
“As Escrituras ensinam: ‘Lembra-te do dia de sábado para o santificar; seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus’, etc. Entretanto, a Igreja mudou o sábado para o domingo com base em sua própria autoridade, e para isto você [Lutero] não tem Escritura.”
John Eck, Enchiridion of Commonplaces Against Luther and Other Enemies of the Church, tradução de Ford L. Battles, 3a edição (Grand Rapids: Baker, 1979), pág. 13.

John Eck:
"A autoridade da Igreja não poderia estar presa à autoridade das Escrituras, porque a Igreja havia mudado o sábado para o domingo, não por um comando de Cristo, mas por sua própria autoridade."
John Eck, Cânone e Tradição, pág. 263

Gaspare de Fosso, arcebispo de Reggio, por ocasião do Concílio de Trento (1545 a 1563):
“A autoridade da Igreja é, pois, ilustrada mais claramente pelas Escrituras; pois ao passo que de um lado ela [a Igreja] as recomenda, declara-as como divinas [e] no-las oferece para serem lidas... por outro lado, os preceitos legais das Escrituras, ensinados pelo Senhor, cessaram em virtude da mesma autoridade [da Igreja]. O sábado, o mais glorioso dia da lei, foi modificado para o Dia do Senhor... Estes e outros assuntos similares não cessaram em virtude dos ensinamentos de Cristo (pois Ele declarou que não veio para destruir a lei e sim para cumpri-la), mas foram modificados pela autoridade da Igreja.”
Gaspare [Ricciulli] de Fosso, Pronunciamento na 17a Sessão do Concílio de Trento, 18 de janeiro de 1562, in Mansi, Sacrorum Conciliorum, vol. 33, cols. 529 e 530, conforme transcrito em SDA Bible Students’ Source Book, edição revista, pág. 887.

Catecismo Romano:
“A Igreja de Deus porém, as achou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do Sábado... em virtude da ressurreição de nosso Salvador.”
Catecismo Romano, edição 1566, pág. 440, parág. 5:18.

Rev. Henry Tuberville:
“Pelo próprio ato da mudança do dia de descanso para o domingo, o qual todos os protestantes aceitam; e portanto, contradizem-se positivamente, observando estritamente o domingo, e violando a maioria dos outros dias de festa ordenados pela mesma igreja.” – Abridgment of Christian Doctrine, Rev. Henry Tuberville, D.D. do Douay College, França, 1649, pág. 58.

John Gilmary Shea:
"O Protestantismo, ao descartar a autoridade da igreja, não tem boas razões para sua teoria do domingo, e devia logicamente guardar o sábado como dia de repouso.(...) O domingo, como dia de semana separado para o culto obrigatório público do Deus Todo Poderoso, a ser santificado suspendendo-se to do o trabalho servil, o comércio e ocupações mundanas e pelo exercício da devoção, é puramente uma criação da igreja Católica".
John Gilmary Shea, "The Observance of Sunday and Civil Laws for its Enforcement", The American Catholic Quarterly Review 8 (jan, 1883), pág. 139 e 152.

cardeal James Gibbons:
“A Igreja Católica... em virtude de sua divina missão, mudou o dia de Sábado para o domingo.”
Catholic Mirror , órgão oficial do Cardeal Gibbons, de 23 de Setembro de 1893.

cardeal James Gibbons:
“Você poderá ler a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse, e não encontrará uma única linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do sábado.”
James Gibbons, The Faith of Our Fathers, 47a edição revista e ampliada (Baltimore: John Murphy & Co., 1895), págs. 111 e 112.

Kansas City Catholic:
“A Igreja Católica, por sua própria infalível autoridade, criou o domingo como dia santificado para substituir o Sábado, da velha lei.”
Kansas City Catholic, 9 de Fevereiro de 1893.

Catholic Press:
“O domingo é uma instituição católica, e sua observância só pode ser definida por princípios católicos. Do princípio ao fim das Escrituras não é possível encontrar uma única passagem que autorize a mudança do culto público semanal, do último para o primeiro dia da semana.”
Catholic Press, Sidney, Austrália. 25 de Agosto de 1900.

The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine
“Observamos o domingo em vez do Sábado, porque a Igreja Católica no Concílio de Laodicéia (364 a.D.) transferiu a solenidade do Sábado para o domingo.”
The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine, Rev. Peter Geierman, C.S.S.R.) pág. 50 – terceira edição, 1913, obra que recebeu a bênção apostólica do Papa Pio X, em 25 de Janeiro de 1910

Padre Dubois
“A Bíblia manda santificar o Sábado, não o domingo; Jesus e os apóstolos guardaram o Sábado. Foi a tradição católica que, honrando a ressurreição do Redentor, ocorrida no domingo, aboliu a observância do Sábado.”
O Biblismo, pág. 106, Padre Dubois – Belém/PA.

Monitor Paroquial:
“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus Cristo, transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso Senhor: de modo que a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam, independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” – Monitor Paroquial de 26 de Agosto de 1926, Socorro, SP.

Pe. Júlio Maria:
“Nós, católicos romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem de o Sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento.” – Pe. Júlio Maria, em Ataques Protestantes, p. 81.


Um Catecismo Doutrinal:

“Não tivesse ela (Igreja Católica) esse poder, e não poderia haver feito aquilo em que concordam todos os religionistas modernos – não poderia haver substituído a observância do Sábado do sétimo dia, pela do domingo, o primeiro dia, mudança para a qual não há autoridade escriturística.”
Um Catecismo Doutrinal, Rev. Stephan, pág. 174.

John A. O’Brien:
“Uma vez que o sábado, e não o domingo, é especificado na Bíblia, não é curioso que os não-católicos que professam obter sua religião diretamente da Bíblia e não da Igreja, observem o domingo em lugar do sábado? Sim, efetivamente, isto é inconsistente.” O costume da observância do domingo, diz ele, “repousa sobre a autoridade da Igreja Católica, e não sobre um texto explícito da Bíblia. Esta observância permanece como uma lembrança da Igreja-Mãe, da qual as seitas não-católicas se originaram – tal como um garoto que foge de casa mas ainda carrega em seu bolso uma fotografia da mãe ou uma mecha de seus cabelos”.
John A. O’Brien, The Faith of Millions, edição revista (Huntington, IN: Our Sunday Visitor Inc., 1974), págs. 400 e 401.

Peter Geiermann:
“P. Qual é o sábado?
“R. O sábado é o sétimo dia.
“P. Por que observamos o domingo em lugar do sábado?
“R. Observamos o domingo em lugar do sábado porque a Igreja Católica transferiu a solenidade do sábado para o domingo.”
Peter Geiermann, The Convert’s Catechism of Catholic Doctrine (Rockford, IL: Tan Books and Publ., 1977), pág. 50.

Karl Keating:
"... os fundamentalistas [um grupo de cristãos protestantes conservadores] reúnem-se para adorar no domingo. No entanto, ainda não há evidências na Bíblia que a adoração conjunta deveria ser aos domingos. O sábado judeu, o dia de descanso, era, naturalmente, o sábado. Foi a Igreja Católica que decidiu que o domingo deveria ser o dia de adoração para os cristãos, em honra da Ressurreição."
Karl Keating, Catolicism and Fundamentalism, 1988, pág. 38.


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Podemos guardar qualquer dia ou dia nenhum ?

Edgar Lopes – Sábado
Baseados em 3 textos paulinos, alguns argumentam que podemos guardar qualquer dia ou nenhum, sem que ninguém nos julgue por isto. Será mesmo? Vamos ler os três textos:

Rom. 14:5 Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.
Gál. 4:10 Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
11 Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco.
Col. 2:16 Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
17 Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.
Estes dias de que fala Paulo são o sábado semanal, ordenado no quarto mandamento? NÃO!!!

Primeiro, precisamos distinguir entre o sábado da Lei Moral (os Dez Mandamentos, que definem o pecado) e os sábados da Lei Cerimonial (os sacríficios e festas judaicos, que remediam o pecado). A Lei Moral continha um Sábado semanal (Êxo. 20:8-11), o dia semanal de descanso e adoração que conhecemos. Ele continuará mesmo na eternidade (Isa. 66:22,23) e permanece como mandamento guardado pelos cristãos (Lucas 23:54-56).

Já a Lei Cerimonial continha 7 Sábados anuais (você os encontra em Lev. 23:24, 27-28, 32, 37-39). Estes eram os dias de festas do calendário anual judaico, recaindo em diferentes dias da semana:

15 de Nisã (Páscoa),
21 de Nisã (pães asmos),
6 de Sivã (Pentecostes),
1.º de Tishri (memória da jubilação, Festa das Trombetas),
10 de Tishri (Dia da Expiação),
15 de Tishri (Festa dos Tabernáculos) e
22 de Tishri (oitava dos Tabernáculos).

Para você entender melhor, pense nos dias de festa do calendário anual católico, como a Quarta de Cinzas, o Domingo de Páscoa ou o Corpus Christi. Estas festas católicas variam de um ano para outro, embora sejam calculadas segundo um tempo pré-fixado por métodos astronômicos. A Páscoa católica sempre cai num domingo, por exemplo, mas pode ser em março num ano e em abril em outro. Mas não importa a data em que a festa caia: segundo a Igreja de Roma, todo bom católico deve guardá-las como dias santos, com a mesma solenidade e reverência com que guarda o domingo. Tanto é que, no catecismo católico, o mandamento bíblico do sábado foi trocado por "guardar domingos e festas".

Festas judaicas e festas católicas são parecidas em muitos aspectos. O primeiro é que as festas judaicas caíam em dias fixos do ano mas não em dias fixos da semana. Por exemplo, a Páscoa judaica caía sempre no dia 14 do mês lunar judaico de Nisã, mas em um ano esta data poderia ser quarta-feira e no seguinte, domingo. O segundo é que as festas judaicas deveriam ser guardadas pelos judeus como dias santos, em que nenhum israeleita deveria praticar qualquer tipo de trabalho. O terceiro é que o judeu deveria guardar estas festas, independente do dia da semana em que caíssem, com a mesma solenidade e reverência com que ele guardava o sábado semanal. A diferença principal para nós, contudo, é a seguinte: as festas judaicas eram tão parecidas com o sábado que eram chamadas... SÁBADOS!!! Poderia ser quarta-feira ou domingo, o judeu chamava estes dias especiais de... sábado! Se duvida, leia os versos acima indicados em Levítico 23 e comprove você mesmo.

São estes sábados anuais da Lei Cerimonial de que fala a Bíblia quando diz que os sábados seriam abolidos (Osé.2:11). Estes sábados anuais apontavam para o futuro, para a Salvação que Cristo traria para a humanidade; como o véu que se rasgou de alto abaixo e os cordeiros sacrificados que perderam o valor quando Jesus morreu, estes sábados perderam completamente o valor na cruz. São estes os sábados e dias de que fala Paulo.

Os sábados anuais prefiguravam a cruz e terminaram na cruz, mas o sábado do Senhor foi estabelecido antes da entrada do pecado e, portanto, esses sábados não podiam prefigurar nada sobre livramento do pecado. Esta é a razão pela qual Colossenses faz menções específicas dos sábados que eram “sombra das coisas que haviam de vir”. O sábado semanal aponta para o passado, as "coisas que aconteceram" na Semana da Criação, realizada por Deus em seis dias.

Os crentes em Rom.14:5 podiam achar ou não alguns dias mais santos do que outros, porque a santidade destes dias santos era indiferente para o cristão. Os judaizantes de Gál. 4:10-11 erravam por achar que a guarda das festas judaicas pudesse salvá-los. Os irmãos de Col. 2:16-17 não deveriam julgar os outros por estes sábados, porque eles eram sombras que apontavam para o futuro; quando veio Cristo –  o corpo –, as sombras perderam a razão de existir.

Voltemos ao exemplo das festas católicas. Motivado por sua experiência religiosa anterior, pode acontecer de um católico fervoroso que se converte ao protestantismo querer dedicar o dia de Pentecostes para orar mais ou evitar trabalhos desnecessários na Sexta-Feira da Paixão. Esses dias santos para o catolicismo não têm santidade alguma para o protestantismo, e assim não precisam ser guardados. Mas qual o problema se o irmão que veio do catolicismo quiser separá-los para o estudo da Bíblia ou para uma vígila de oração? Podemos dizer para este ex-católico o mesmo que Paulo disse para os ex-judeus do primeiro século: não há nenhum problema. Mas ele deve respeitar os demais irmãos que não veem nada de diferente ou especial neste dia (Rom. 14:5). Ele também não deve pensar que esta prática pessoal tenha qualquer mérito para sua salvação (Gál. 4:10-11). Muito menos deve tentar impor este hábito sobre os outros crentes, julgando o o caráter ou a salvação dos que não pensam como ele (Col.2:16-17).

Estes textos, portanto, não se referem ao sábado semanal e não fundamentam a idéia de podemos guardar qualquer dia ou dia nenhum. Se alguém acha que esta é uma conversa fiada adventista, pode conferir trechos de vários comentários não adventistas que interpretam os 3 textos acima da mesma maneira.


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Atos 20:7 foi um culto no domingo?

Em uma discussão na internet, alguém me escreveu: "Bom, considerando que a Bíblia fala do sábado sempre como o sétimo dia, o primeiro dia referido em Atos 20:7 só pode ser domingo, independente de qual interpretação se faça sobre o início/fim do dia... ou não?"

Insisto na tecla que a reunião dos discípulos de Atos 20:7, para partir o pão no primeiro dia, aconteceu no sábado à noite. Em todo o caso, é importante destacar que esta é a ÚNICA VEZ EM TODO O NOVO TESTAMENTO em que se menciona uma reunião religiosa no domingo.

A EVIDÊNCIA BÍBLICA

A nota de rodapé da Bíblia espanhola Reina-Valera 1995 opta pelo domingo à noite para explicar Atos 20:7. Apesar de fazer isto sem embasamento histórico, aponta para a possibilidade de a reunião ter sido realizada no sábado à noite:

"20.7 El primer día de la semana: Si el día se contaba a la manera judía, comenzando por la tarde del sábado, esta reunión habría tenido lugar el sábado por la noche; sin embargo, puesto que se refiere a la próxima mañana como el día siguiente, es posible que aquí se cuente el nuevo día a la manera griega. De ser así, la reunión se habría celebrado el domingo por la noche, y Pablo habría planeado partir el lunes."

Para entender esta nota da Reina-Valera 1995, vejamos como seria a contagem do domingo de Atos 20:7 nas duas contagens:

Conforme os judeus contam os dias, a reunião foi no nosso sábado à noite:



SÁBADO                           DOMINGO
NOITE/MANHÃ        NOITE/MANHÃ
    18h/6h                               18h/6h


Conforme os romanos e gregos contam os dias, a reunião foi no nosso domingo à noite:


 SÁBADO                                           DOMINGO
MEIA-NOITE // MEIO-DIA          MEIA-NOITE // MEIO-DIA
            0h              12h                               0h                      12h


Por que devemos optar pela contagem judaica e não pela romana?

PRIMEIRO, a contagem bíblica do dia começa ao fim da tarde, não à meia-noite (Gên. 1:5,8; Lev. 23:32; Mar. 15:42; Luc. 24:29). Assim, a reunião em Trôade aconteceu exatamente no sábado à noite, não no domingo.

SEGUNDO, apesar de Lucas ser um gentio escrevendo o Evangelho e Atos a outro gentio (Teófilo), ele se vale do sistema judaico de demarcar o tempo. Vejamos inicialmente o seu Evangelho dirigido a Teófilo:

Luc. 2:8 – "vigílias da noite" (não havia tal entre os romanos)
Luc. 4:40 – "pôr-do-sol"
Luc. 23:44 – "hora sexta" (meio-dia entre os romanos) e também "hora nona" (3 horas entre os romanos).
Luc. 24:29 – "é tarde e já declina o dia" (referência clara ao pôr-do-sol).

Vamos agora para os Atos dos Apóstolos:

Atos 2:15 – "hora terceira" (9 horas entre os romanos)
Atos 3:1 – "hora nona" (15 horas)
Atos 10:3 – "hora nona"
Atos 10:9 – "hora sexta" (meio-dia)
Atos 23:23 – "hora terceira" (21 horas) da noite. Cláudio Lísias não mandaria escoltar Paulo às três da madrugada...

Lucas não se valeu da contagem romana. Assim, a reunião em Trôade aconteceu exatamente no sábado à noite, não no domingo.

* A OPINIÃO DE COMENTARISTAS

CONYBEARE AND HOWSON, batistas, têm esta convicção: "Era o anoitecer que sucedia o sábado judaico. No domingo de manhã o navio deveria partir... Ele [Paulo] continuou sua solitária viagem naquele domingo, depois do meio-dia, na primavera, entre os carvalhais e córregos de Ida." — Conybeare and Howson, Life and Epistles of the Apostle Paul, (ed. Antiga), pág. 629.

ROBERTSON, também batista, admite: "Com toda a probabilidade se reuniram em nosso sábado à noite – o início do primeiro dia ao pôr de Sol. Assim estes cristãos começaram o dia (domingo) com adoração." — Archibald Thomas Robertson, Word Pictures, vol. 3, pág. 339.

CALVINO, que dispensa apresentações, assim comenta a passagem: "É ponto pacífico que Paulo esperara pelo sábado porque no dia anterior à sua partida podia muito mais facilmente encontrar reunidos todos os discípulos num mesmo lugar. Digno de nota é o fervor de todos eles não se sentindo incomodados em que Paulo lhes discursasse até à meia-noite, embora necessitasse ele seguir viagem; tampouco se tratava de uma ocasião especial para serem instruídos. Pois não tinha o apóstolo outro motivo para alongar o seu discurso a não ser unicamente o profundo desejo e atenção dos seus ouvintes." — João Calvino, Commentary upon the Acts of the Apostles, vol. 2, pág. 235.

HACKETT, professar de grego do Novo Testamento no Seminário Teológico de Rochester, diz em seu comentário: "Os judeus contavam o dia da tarde para a manhã, e sobre esta base a noite do primeiro dia da semana seria nosso sábado à noite. Se Lucas aqui contava assim, como supõem muitos comentaristas, o apóstolo então aguardara o término do sábado judaico, e realizara sua última reunião religiosa com os irmãos em Trôade... na noite de sábado, e em conseqüência, recomeçara a viagem na manhã de domingo." — Dr. Horácio B. Ackett, Commentary on Acts, (ed. 1662), págs. 221 e 222.

O autorizado e sempre citado MOFFATT, consigna o seguinte comentário sobre a passagem em lide: "Paulo e seus amigos não podiam, como bons judeus, iniciar uma viagem no sábado; fizeram-na tão cedo quanto foi possível, a saber, na madrugada do 'primeiro dia' tendo o sábado expirada ao pôr-do-sol." — The Moffatt New Testament Commentary, (Acts), pág. 187.

Outro estudioso do assunto foi McGARVEY, da igreja Discípulos de Cristo: "Chego, portanto, à conclusão de que os irmãos se reuniram na noite após o sábado judaico, que era ainda observado como dia de repouso por todos dentre eles que eram judeus ou prosélitos; e considerando este fato, tal foi o início do primeiro dia da semana, empregado na maneira acima descrita. Na manhã de domingo, Paulo e seus companheiros reiniciaram a viagem." — Prof. McGarvey, Commentary on Acts, sobre Atos 20:7.

ROBERTSON NICOLL nos diz sobre o assunto: "Vieram a Trôade, e lá permaneceram por uma semana, forçados sem dúvida pelas exigências do navio e seu carregamento. No primeiro dia da semana, S. Paulo reuniu a igreja para o culto. A reunião realizou-se no que poderíamos chamar de sábado à noite; pois nos devemos lembrar que o primeiro dia judaico começava ao pôr de Sol do sábado." — W. Robertson Nicoll, The Expositor's Bible, (ed. 1903) sobre Aios 20:7.

STOCKES, outro comentarista de valor, nos diz: "A reunião foi realizada no que poderíamos chamar a noite de sábado; pois nos devemos lembrar de que o primeiro dia judeu tinha inicio ao pôr de Sol do sábado." — G T. Stockes, The Expositor's Bible, Atos vol. 2, pág 393.

STIFLER, também autor de um comentário do livro Atos dos Apóstolos, nos informa: "Sem dúvida reuniram-se na noite de nosso sábado, de modo que o pão da comunhão foi partido antes do romper do dia, na manhã do nosso domingo." — Stifler, The Acts of the Apostles, pág. 201.

Conforme todos estes comentaristas, a reunião em Trôade de Atos 20:7 aconteceu no sábado à noite exatamente, não no domingo.


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Guardar o Sábado é legalismo?

JR (João Ricardo) - Nosso Dia


Se você já se apaixonou na vida, sabe que um casal de namorados vive todos os dias um para o outro. A cada momento lembra-se da pessoa amada, de sua voz, de seu rosto, de seu sorriso. As alegrias tornam-se mais intensas por saber que somos especiais para a outra pessoa; as tristezas são menos dolorosas por saber que somos amparados pelo carinho do ser amado. Apesar disso, porém, as necessidades e responsabilidades desta vida não nos permitem desfrutar integralmente da presença dela ou dele. Assim, marcamos momentos a dois para passar juntos e ansiamos a chegada da hora em que voltaremos a ver a quem amamos.

A relação do sábado com os outros dias é assim. Sim, devemos viver todos os dias para o Senhor. Devemos desfrutar da certeza de Sua salvação em nossas vidas, glorificar a Ele cada dia em nosso viver, passar tempo a sós com Ele cotidianamente. Se você (e aqui é o você genérico) não O ama ou O ama vagamente, as migalhas do tempo que nos sobra bastam.

Encaixamos Deus na agenda, se o fazemos, entre os momentos livres da faculdade, do trabalho, da família, do lazer. Um pouquinho de Deus no começo do dia lendo um livro devocional ou participando do culto em família, se o fazemos já que às vezes nos levantamos atrasados para as tarefas do dia. Quem sabe fazemos uma oração mecânica às refeições e rápida antes de comermos um fast food ou almoçarmos/jantarmos para logo depois ver a tevê, conversar com os colegas ou voltar correndo para o trabalho. Claro, e uma oração pedindo para o engarrafamento não se prolongar, o ônibus não demorar, a cabeça não explodir em dor, não gritar com as crianças, cumprir o prazo de um relatório etc. À noite vamos então dormir após ler uma página ou duas da Bíblia e conversarmos com Deus sobre o nosso dia, se o fazemos.

Se você ama ao Senhor de todo o coração, isso não basta. Você quer mais de Sua presença, não apenas momentos esparsos aqui e ali no ritmo louco das grandes cidades em que vivemos. É aqui que entra o sábado: um dia integral para você tirar o pé do acelerador e apagar de Sua mente as preocupações da semana. Um dia para você se dedicar sem pressa a ler a Palavra de Deus, para orar sem pensar no relógio, para reunir a família na sala e louvar ao Senhor todos juntos, para adorar a Ele com seus vizinhos de Céu na igreja, para dedicar-se a um ministério na obra do Senhor, ou mesmo para nada fazer a não ser estar junto à natureza e contemplar a mão do Criador. Enfim, para estar ao lado do grande amor de sua vida!

Essa benção só os guardadores de um dia semanal conforme a orientação da Palavra de Deus experimentam. "Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse." Isaías 58:13-14.

Os que não guardam nenhum dia, ou pretendem guardar qualquer dia, não experimentam essa oportunidade de cura oferecida pelo sábado, cura para todas as enfermidades do espírito. Para nossa ansiedade acerca das posses e nossa obsessão por adquiri-las, o sábado é um período em que coisas passam a ter menos importância. Para a ansiedade acerca do nosso desempenho, e para a obsessão pelas realizações, o tempo do sábado é tempo para desfrutarmos da espiritualidade.

O sábado é um tempo para os relacionamentos essenciais que fazem de nós aquilo que somos – relacionamento com Deus, com a família e amigos, com toda a família humana, e com toda a obra da criação. Esses relacionamentos promovem nossa identidade e dão verdadeiro significado à nossa vida. É um tempo que me leva a recordar e desfrutar o fato de que o significado da minha vida não depende do quanto consigo realizar ou adquirir, ou produzir; nem da maneira como desempenho meu papel de profissional ou estudante, ou de esposo e pai, ou qualquer outro.

É um tempo em que compreendemos e sentimos verdadeiramente as palavras de Cristo:

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." Mateus 11:28-30.

Longe de ser um sinal de legalismo, ele é o monumento da graça, pois nos convida a abandonar todas as nossas obras (materiais e espirituais) para descansar nEle. Ele desvia a atenção do nosso eu e das nossas obras e a foca em Cristo e Suas obras como Criador de nosso ser à Sua imagem e como Salvador de nossas vidas cansadas e atribuladas pelo pecado.


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Adorar em espírito e verdade anula o Sábado?

Maestro Paulo Torres - O sábado na vida de um músico profissional

Alguns argumentam: "Será que Deus realmente olha para determinado grupo que se reune em Espirito e em Verdade para O adorar e diz: - Hum...esse povo está fazendo tudo errado, hoje não é dia pra isso, será que eles não sabem que é amanhã..ou ontem..?"

A pergunta a ser feita não é se Deus aceita o que fazemos para Ele, mas se fazemos o que Ele espera de nós.

Adão e Eva só comeram uma fruta qualquer, mas foi a fruta que Ele não havia pedido para comer. Moisés apenas bateu na rocha. O povo de Israel só quis adorar a Jeová por meio da figura de um bezerro. Uzá só quis preservar a arca. Saul só preservou alguns animais para sacrifício. O jovem rico só quis preservar algumas propriedades de família. Ananias e Safira guardaram um pouco de dinheiro para si. Os católicos só querem adorar a Deus de forma vísivel e recorrer à ajuda de alguns cristãos piedosos. Os espíritas só querem confortar pessoas tristes com mensagens dos entes queridos falecidos. Mas não foi o que Deus pediu em nenhum dos casos.

Da mesma maneira, as pessoas só querem guardar um dia diferente ou nenhum, ou todos. Mas não foi o que Deus pediu em Seus mandamentos.

Se a expressão "em espírito e em verdade" significa que podemos adorá-lO segundo as nossas preferências desde que sinceramente, por que anunciamos o Evangelho?

E se os católicos e muçulmanos adoram a Deus "em espírito e em verdade" mais do que nós?

Por que os mártires cristãos morriam por se recusarem oferecer incenso aos deuses pagãos, se eles poderiam apenas não adorar estes deuses "em espírito e em verdade"?

Por que nosso herói Lutero se deu ao trabalho de pôr-se contra o mundo de seus dias se estes poderiam adorar a Deus "em espírito e em verdade" tanto no catolicismo quanto no protestantismo?

Para que os batistas primitivos tiveram de morrer "batizados" (isto é, afogados na água) se os católicos e protestantes de sua época poderiam adoram a Deus "em espírito e em verdade" batizados ou não por imersão?

A guarda de um dia é um dever moral mais comum e mais sério do que muita gente pensa. Todas as religiões monoteístas estabelecem a guarda de um dia semanal de descanso e adoração. Os muçulmanos guardam a sexta-feira; a maioria dos cristãos guarda o domingo; os judeus e alguns cristãos (como os adventistas e os batistas do sétimo dia) guardam o sábado.

A popular idéia de que podemos guardar qualquer dia que nos convier ou não guardar nenhum é algo bastante recente (menos de 100 anos) na história da igreja cristã (2000 anos). Permitam-me ser mais incisivo: é uma das idéias modernas ensinadas pelas igrejas ao gosto do freguês, que abandonaram o claro "Assim diz o Senhor" em favor de heresias e enganos que lotam templos e iludem pessoas.

Pesquisem as confissões doutrinárias das igrejas sérias ou as obras de grandes gigantes espirituais como Lutero, Calvino, John Wesley, Spurgeon e Billy Graham e nada encontraremos desta idéia tão estapafúrdia. À luz da Palavra de Deus e da história do protestantismo, um cristão que não guarda dia nenhum está pecando contra o quarto dos Dez Mandamentos.


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Uma parte moral e outra cerimonial no Sábado?

O Sábado na vida de uma estudante de Engenharia Civil

Em réplica a tese de que não basta um dia em sete para a guarda do sábado, alguém me escreveu numa lista de discussão na internet: "Sábado, segundo Lev. 23, era uma cerimônia como Lua Nova, Pentecostes e outras, embora tenha um preceito moral embutido, que independe do dia da semana."

Aos que defendem a natureza dupla do mandamento do sábado, é forçoso perguntar: De onde se conclui que o quarto mandamento do decálogo tem uma parte moral e outra cerimonial?

A Bíblia jamais poderia sugerir coisa tão absurda, pois seria ignorar elementarmente a razão de ser de um mandamento cerimonial. É primário que todos os preceitos cerimoniais foram introduzidas após a Queda do homem, como sombras que apontavam para a Redenção, para a obra de Cristo em favor da salvação do homem e a restauração deste à sua glória original. Ora, se o sábado tivesse algum traço cerimonial, certamente teria ele sido estabelecido após a entrada do pecado no mundo e forçosamente seria um tipo de Cristo em algum sentido. Teria que ver com a expiação. Isto liquida a pretensão de atribuir-se ao sábado qualquer caráter cerimonial.

Por que, então ele é moral? Simplesmente porque, o sábado foi dado (Mar. 2:27) no ambiente da original perfeição do Éden, onde o homem, sem a mancha do pecado, comungava livremente com o seu Pai celestial. Somente após a queda, precisou ser instituído o cerimonialismo, para tipificar o Redentor do homem caído, o Remédio para o pecado. Mas quando se instituiu o sábado, não havia necessidade de Redentor nem de coisa alguma que O tipificasse. À vista desta verdade, o sábado do Decálogo não tem nenhum sentido cerimonial. É INTEGRALMENTE MORAL, como podemos ver nos seguintes fatos:

1) Comentaristas bíblicos não adventistas concordam que o sábado é um mandamento moral.

O estudioso metodista Adam Clarke, numa profunda análise dos preceitos do decálogo, assim remata:

"É digno de nota que nenhum destes mandamentos, OU PARTE DELES, pode... ser considerado cerimonial. Todos são morais e, conseqüentemente, de eterna obrigação." — Clark's Commentary, Vol. 1, (sobre Êxo. 20).

O erudito comentador batista Broadus também defende a moralidade do sábado nestas palavras:

"O sábado parece ter sida ordenado aos nossos pais logo que foram criados; e juntamente com a instituição do casamento constituem as únicas relíquias que nos restam da vida sem pecado no Paraíso. O mandamento de santificá-lo foi incluído entre os Dez Mandamentos, a LEI MORAL, que é de obrigação perpétua." — John A. Broadus, Comentário ao Evangelho de S. Mateus, Vol. 1, 344.

E também Strong – o príncipe dos teólogos batistas – é incisivo:

"O sábado é de obrigação perpétua.... A sua instituição antedata a Decálogo e forma uma parte DA LEI MORAL." — A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 408.

2) O sábado não tem o menor milímetro de cerimonial; é moral em sua integridade.

Sábados cerimoniais, como abordei num post anterior, eram os dias anuais de festa judaica e que de modo algum podiam ser confundidos com o sábado do sétimo dia. Não há nele o caráter ambidestro moral-cerimonial pretendido. Tampouco é um feriado judaico: Levítico 23:38 afirma categoricamente que os sábados anuais, ou festas fixas, foram dados em acréscimo ao sábado do sétimo dia: “além dos sábados do Senhor”.

O sábado, como foi dito e repetido, antecede o pecado e foi dado antes da Queda, portanto antes que o homem necessitasse de Redenção. Fosse ele cerimonial, no todo ou em parte, não seria esculpido nas tábuas de pedra, mas sim escrito no livro de Moisés que continha todo o ritual cerimonial judaico. Por consequência, nada tem de cerimonial pois não pertence ao sistema expiatório e não aponta para a expiação em Cristo.

Se não tivesse havido a tragédia da Queda, o que aconteceria com o sábado? Continuaria a ser observado pelo homem no Éden, com o privilégio da companhia de Deus. Mas não há dúvida que continuaria a ser observado. E tanto isto é verdade que, na Restauração de todas as coisas quando enfim a maldição for removida desta Terra e tudo voltar à pureza edênica e o homem à glória original, o sábado continuará a ser observado e para sempre, segundo lemos em Isa. 66:22. Sobre isto, o teólogo adventista Arnaldo Christianini escreveu certa vez: "o sábado é a única instituição que associa os três fundamentos basilares da fé cristã: Criação, Queda e Redenção".

Cristo mesmo diferenciou o sábado, de qualquer preceito cerimonial, quando declarou: "Se o homem recebe a circuncisão (rito cerimonial) no sábado (mandamento moral) para que a lei de Moisés (cerimonial) não seja quebrantada, indignais-vos contra Mim porque no sábado (mandamento moral) curei de todo um homem?" João 7:23. (Parêntesis e grifos nossos, para esclarecimento). Não tivesse o sábado o seu caráter exclusivamente moral, inconfundível, Cristo não teria o cuidado de dissociá-lo de práticas cerimoniais como a circuncisão, no caso em foco.

Paulo também distingue preceito cerimonial, da lei moral quando diz: "A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus." 1 Cor. 7:19. Embora aludindo aos judeus e não judeus, ou aos que queriam impor o rito aos novos convertidos na igreja nascente, Paulo distingue os mandamentos de Deus, de qualquer prática cerimonial judaica.

3) O próprio fato de Deus ter posto o mandamento do sábado no coração do decálogo – conhecido como o sumário de toda a lei moral –mostra inquestionavelmente o caráter moral do preceito.

O quarto mandamento remete o leitor à semana da Criação (Êxo. 20:11), na qual o descanso foi no sétimo dia. Deus não repousou simplesmente num dia em sete, mas no sétimo dia. Pois bem, naquela primeira semana do mundo, o sábado era apenas um dia em sete ou era o específico "sétimo dia?" Era o sétimo dia, a partir do primeiro, na ordem natural dos eventos da criação. Por que razão ele se tornaria menos específico e deixaria de ser o sétimo, na exata ordem, na sucessão das semanas, dos anos e dos séculos? Por que não o seria hoje?

Pode-se acrescentar que o dever de o homem amar e obedecer a Deus repousa principalmente no fato de que o Senhor criou todas as coisas, e o sábado é um memorial deste fato, trazendo sempre a consciência deste fato. Outro dia não poderia fazê-lo, pois não teria este característico, este sentido e esta finalidade. O sábado – como todos os preceitos morais – aplica-se igualmente a todas as nações, terras e tempos, pois todas as leis morais são de aplicação universal, não se restringem a um povo e não sofrem mudança por nenhuma circunstância.

Todos crêem que nosso Salvador passou no sepulcro o sétimo dia da semana. E como o evangelista Lucas descreve esse dia mais de trinta anos depois da ressurreição do Mestre? Chamando-o de "o sábado conforme o mandamento" Luc. 23:56. Esta afirmação inspirada é suficiente por si para liquidar a questão sobre o que quer dizer o mandamento, aliás o quarto, quando estabelece: "o sétimo dia é o sábado". Quer dizer que é o sétimo mesmo, específico, ordinal, sem dubiedades. Nada de "um dia em sete."

É uma leviandade afirmar que o sábado tenha uma parte cerimonial e que esta era o "sétimo dia". E leviandade maior é supor que a parte moral consistia simplesmente na guarda de um dia em sete. Como pode a guarda do dia de descanso "independer do dia da semana", se a Palavra de Deus não coloca sob o critério do homem a escolha do dia em sete para guardar? Onde lemos na Bíblia que o Deus soberano subordinou ao critério de Suas criaturas pecadoras, indignas e mortais seguir Sua soberana vontade conforme melhor atendesse às suas conveniências? Se o que vale é "um dia em sete", porque os oponentes do sábado bíblico se agarram tanto à observância do primeiro dia da semana e combatem a observância do sétimo dia?

Para encerrar, se dissermos a um amigo que moramos na sétima casa do quarteirão, que diríamos se ele nos procurasse na primeira casa? Se uma pessoa der sete passos, porventura começará do segundo? Esta esdrúxula interpretação de "um dia em sete," a par com a não menos esdrúxula denominação de "sábado cristão" aplicada ao domingo, surgiu em 1595 A. D. quando a questão do dia de guarda agitava a Inglaterra, provocando acesos debates entre os teólogos protestantes. E, segundo lemos em The Creeds of Christendom, de Philip Schaff, cap. 21, Vol. 1, pág. 762, foi NICHOLAS BOWND que, naquele ano, pela primeira vez, estabeleceu a tese de "um dia em sete." Ora, isto é importante. Quer dizer que ninguém ao tempo de Cristo ou por quase 1.000 anos depois pensou em fazer tão esquisita interpretação do mandamento divino!!!


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O Sábado era igual às festas do Antigo Israel?

Em resposta a minha argumentação sobre o sábado numa lista de discussão, fizeram a seguinte contra-argumentação: "Bom, Levítico 23 classifica o sábado semanal como uma das festas, de maneira inquestionável. Além disso, Isaías 66 cita as luas novas; se as luas novas passaram, e as outras festas também, é estranho que o sábado semanal não o tenha também."

A pessoa obviamente não chegou a ler o final do capítulo:


Levítico 23:37
São estas as festas fixas do SENHOR, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio,
38 além dos sábados do SENHOR, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR.

Levítico 23:38 afirma categoricamente que os sábados anuais, ou festas fixas, foram dados em acréscimo ao sábado do sétimo dia: “além dos sábados do Senhor”.

"Estranho" não é o sábado não ter passado, é não ver o ensino bíblico de "maneira inquestionável".

A pessoa em questão insistiu: "Peraí, o texto de Isaías 66 fala também das luas novas... que é uma das festas que você citou que passaram num dos argumentos posteriores neste mesmo texto. Ou larga os dois, ou nenhum..."

Segundo o Dicionário da Bíblia de Almeida, editado pela Sociedade Bíblica do Brasil, a Lua Nova era a "festa dos israelitas, comemorada todos os meses no primeiro dia da lua nova (Nm 28.11-15)". Este dia marcava o início de cada mês e tinha relação direta com o antigo calendário hebreu que, à semelhança da maioria das nações, estava baseado nas repetidas rotações da Lua ao redor da Terra e demarcado pelas sucessivas luas novas.

Assim, a Festa da Lua Nova era meramente uma festa comemorada no primeiro dia de cada mês. Vista como um dia de adoração e encontros sociais (1 Sam. 20:5), tocavam-se trompetas para anunciar o dia (Sal. 81:3; cf. Núm. 10:10), eram suspensos os trabalhos comuns (Amós 8:5) e eram prescritos sacrificios adicionais (Núm. 28:11-14).

Vamos às referências da Lua Nova em Col. 2:16 e Isa. 66:23.

Primeiro, a menção desta festa em Col. 2:16 a remete às festividades judaicas pelas quais nenhum cristão deve ser julgado. Retomando argumento apresentado anteriormente, a festa da Lua Nova (bem como os sábados anuais) não tem santidade alguma e não precisa ser guardada na era cristã. Mas se um irmão que veio do judaísmo quisesse separá-la para o estudo da Bíblia ou para uma vigília de oração, temos o conselho de Paulo aos ex-judeus do primeiro século: não há nenhum problema. Mas ele não deve tentar impor este hábito sobre os outros crentes, julgando o caráter ou a salvação dos que não pensam como ele (Col.2:16-17).

Segundo, a menção da festa da Lua Nova em Isa. 66:23 deve ser entendida não como o restabelecimento da antiga festa judaica, mas como um encontro mensal dos salvos na Nova Terra. A versão católica Matos Soares traduz: "E será que DE MÊS EM MÊS e de um sábado a outro virá toda a carne a adorar perante MIM"; a Bíblia Viva traz: "Toda a humanidade virá Me adorar, a cada semana e a CADA MÊS". Grifos acrescentados.

Como vimos, a "lua nova" entre os judeus tanto significava a festa mensal, como também uma simples referência para indicar o início de cada mês entre eles. Esta referência em Isa. 66:23 de adoração mensal na Nova Terra deve ser confrontada com a Árvore da Vida presente na Nova Terra de que fala o Apocalipse. A Árvore da Vida produz seu fruto "de mês em mês", doze vezes por ano (Apoc. 22:2); de todas as partes, os salvos virão para a Nova Jerusalém e se alimentarão dela (Apoc. 2:7; 22:14). Não é à toa que Isaías é chamado de "o profeta evangélico".

Portanto, a lua nova de Isa. 66:23 profetiza a reunião mensal dos remidos na Nova Jerusalém para alimentar-se da árvore da vida. E aceitar isto não diminui em nada a força do argumento em favor do sábado. Afinal, conforme o raciocínio dos combatentes do sábado, por que Deus 1) estabeleceria um dia de descanso no paraíso perdido, 2) aboliria este dia de descanso na era cristã e 3) restabeleceria este mesmo dia no paraíso restaurado?


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Guardar o sábado VERSUS trabalhar os seis dias?

Sábado, Dia de Estar com os Amigos


Em uma lista de discussão na internet, me escreveram: "Peraí. O mandamento diz clara e expressamente 'seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho'. É parte do texto escrito e inspirado. Ou subitamente considera-se só o que convém? Se enfatizamos o sétimo dia, não devemos obrigatoriamente trabalhar em TODOS os outros seis dias para guardar o mandamento?"

Verifiquemos novamente o mandamento, analisando o texto de Êxo. 20:8-11 presente na Almeida Revista e Atualizada:

a) v.8 - Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.
b) v.9 - Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra.
c) v.10 - Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus;
d) não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro;
e) v.11 - porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou;
f) por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.

O texto do mandamento compõe-se de 6 frases: 2 falam dos 6 dias de trabalho (verso 9 e verso 11 primeira parte) e as outras 4 do 7º dia de descanso (versos 8, 10 e 11). Das 2 frases sobre os 6 dias de trabalho, a primeira refere-se ao trabalho humano (verso 9) e a segunda ao trabalho divino (verso 11 primeira parte). A única referência ao trabalho humano nos 6 dias aparece para contrastar com o descanso no sétimo dia. A referência ao trabalho divino aponta para os atos de Deus na Semana da Criação, onde lemos em Gênesis 1 que Deus diz "Haja/Produza" e as coisas passam a existir.

O que podemos concluir desta análise? Primeiro, as 4 frases em 6 para descanso comprova que a essência e ênfase do 4º mandamento é o repouso sabático.

Segundo, a referência ao trabalho humano em apenas 1 frase e em contraste com o repouso sábatico indica que a frase "Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra" é mais uma permissão que um mandamento. Em outras palavras: podemos executar nosso trabalho ao longo de 6 dias, mas devemos liberar-nos de qualquer trabalho no 7º para repousar.

Terceiro, Deus é o exemplo que temos na guarda do mandamento, tanto no trabalho quanto no repouso. Seu ritmo de trabalho nos 6 dias 1) não foi uniforme: alguns dias foram mais intensos em número de obras criadas do que outros; 2) não foi contínuo: a criação realizada não ocupou mais que poucas horas de cada dia; 3) foi imediatamente seguido pelo 7º dia como dia de descanso, e não porque estivesse cansado (Isa. 40:28).

Não se trata, como se insinua, de pegar o que convém no mandamento. Por que não pode ser guardado em outro dia? Por que Deus foi claro: "o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus".

Toda a Bíblia foi escrita por homens inspirados por Deus, MAS SOMENTE OS DEZ MANDAMENTOS FORAM ESCRITOS DIRETAMENTE PELO DEDO DE DEUS (Êxo. 31:18).


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A pena de morte é parte do Sábado?

Sábado, Dia de Estar com a Família e com Deus


Alguns argumentam que, se queremos guardar o sábado de forma coerente, devemos também aplicar a pena de morte prevista para os transgressores do sábado. O raciocínio é: ou guardamos o sábado e todas as ordens relacionadas a ele no Antigo Israel, ou não guardamos nada. O que segue abaixo é a resposta a este argumento.

Você crê que os filhos devem honrar os pais, os homens não devem adulterar e a feitiçaria deve ser desestimulada?

Então, as crianças e adolescentes evangélicos dignos da Super Nanny, rebeldes e desobedientes, devem ser apredejados pelos homens da cidade até que morram (Deut. 21:18-21)?

Você já levou algumas pedras para a reunião da comissão ou assembleia da sua igreja local, a fim de matar o adúltero e a adúltera que escandalizaram a congregação (Lev. 20:10)?

Antes de eu entrar na Crer é Também Pensar, você já sugeriu os membros da lista debateram a ordem bíblica de apedrejar até a morte os líderes evangélicos que estimulam práticas surpesticiosas alegando feitiçaria (Lev. 20:27)?

Deixando as ironias de lado, 1) colocar todas as leis do Antigo Testamento no mesmo grupo e 2) dizer que todas elas ou foram abolidas ou devem ser ser guardadas integralmente são dois erros muito comuns que cometem grande parte dos evangélicos (em geral os de linha pentecostal). A leitura da Bíblia — ainda que superficial — mostra que há diferentes leis enunciadas nos Testamentos. Existem leis, especialmente no AT, que são:

1) dietéticas, isto é, as leis sobre alimentos próprios para consumo humano e medidas de higiene pessoal e ambiental ;
2) civis, ou seja, as leis que regiam a existência de Israel como uma nação organizada, semelhante às contituições modernas;
3) cerimoniais, a saber, as leis que orientavam os serviços de adoração e sacríficio de animais no santuário terrestre israelita e;
4) morais — as leis que deveriam nortear os homens em seus deveres uns com os outros e entre eles e Deus, resumidas nos Dez Mandamentos e de aplicação universal e atemporal.

Guardar o sábado, honrar os pais, não adulterar e a proibição da feitiçaria é parte da Lei Moral; matar os que não cumprem estes mandamentos é parte das Leis Civis de Israel sob o governo teocrático.

O argumento é: se os mandamentos para honrar os pais, não adulterar e fugir da feitiçaria continuam válidos para o cristão mesmo que a pena de morte não seja mais aplicada, por que o sábado só poderia ser válido se a pena de morte fosse aplicada aos seus transgressores?

Conta-se a história de um homem ímpio que gostava de alardear sua desobediência ao mandamento do sábado. Ele morava em uma localidade onde os outros lavradores vizinhos eram fiéis guardadores do sábado. Quando chegou o mês de outubro e ele ceifou sua colheita, descobriu que tinha em seu celeiro até mesmo mais do que seus vizinhos. Encontrando-se um dia na rua com um pastor que observava o sábado, ele triunfalmente mencionou o fato. A única resposta do pastor foi: "Deus nem sempre faz um completo acerto de contas em outubro." Nenhuma resposta melhor poderia ter sido dada.

A única mudança em relação ao sábado foi sobre o tempo em que é aplicada a pena de morte. Quando Deus era o governante direto em Israel, Ele achou conveniente infligir uma punição imediata. Agora o malfeitor deve aguardar o último grande dia de julgamento (veja Heb.10:26-29). Deus trocou as pedras da primeira morte pelas chamas da segunda morte.

Portanto, que o violador do sábado não se sinta despreocupado em sua mente apenas porque Deus não tem trazido juízo súbito sobre ele pela violação do quarto preceito do Decálogo, que declara que "o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus", Criador do Céu e da Terra. O fiel observador do sábado aguarda o dia do julgamento final para receber o seu pleno galardão pela obediência a Deus, o Criador de toda a Terra. E, semelhantemente, o violador consciente e rebelde do sábado deve aguardar o último grande dia do acerto de contas a fim de receber a recompensa final por sua falha em obedecer ao explícito mandamento de Deus.


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O Sábado foi cancelado com o jovem rico?

Entre as mais solenes palavras de Jesus sobre a obediência encontramos as proferidas ao jovem rico:

“Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos”. — Mateus 19:17

Ninguém pode negar que estes mandamentos são os do Decálogo. Quer ver? Jesus afirmou para o moço:

“Não matarás” — 6º mandamento
“Não cometerás adultério” — 7º mandamento
“Não furtarás” — 8 º mandamento
“Não dirás falso testemunho” — 9º mandamento
“Honra teu pai e tua mãe” — 5º mandamento

Contudo, alguns argumentam que Jesus cancelou o Sábado, porque não o repetiu para o moço rico guardar.

Se pelo fato de Jesus não ter dito ao moço – “Lembra-te do Sábado, para o santificar”, Jesus cancelou este mandamento; então o Mestre fez pior, ao omitir a proibição daquilo que é repulsivo para Ele próprio e para Seu Pai, que é a idolatria, admitindo a negação do próprio Deus. Sim, porque Jesus também não recitou para o moço: – “Não terás outros deuses diante de Mim;... não farás para ti imagens de escultura...”

Por estas omissões de Jesus, deixaremos de cultuar a Deus, ou estamos livres para adorar ídolos? Lógico que não! Então, não podemos aceitar uma declaração e negar a outra, certo? Como vê, é coisa séria entrar na vida, por isso Jesus estabeleceu a condição: obediência aos mandamentos da Lei Moral!

Sabe, aquele moço era um israelita fiel na guarda do Sábado, como aliás, todos os judeus religiosos o eram. Para eles, o mandamento do Sábado era o de maior valor, porque eram desamorosos até mesmo com seus pais, avarentos, indiferentes às necessidades dos pobres e grandemente cobiçosos. Por isso, Jesus mencionou para o moço, somente os mandamentos da segunda tábua de pedra que escreveu com Seu dedo, no Monte Sinai, e que apresenta nossa obrigação para com o próximo.


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Os patriarcas antes de Moisés guardaram o Sábado?

Um das objeções mais frequentes contra o sábado é a falta de uma declaração da observância do dia de descanso pelos patriarcas antes de Moisés. Os críticos perguntam onde está escrito que
Sete, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José guardaram o sábado.

Esse é o clássico argumento do silêncio, que pode ser usado tanto para provar quanto para negar uma doutrina na Bíblia. Para que você veja a fraqueza desse raciocínio, eu pergunto:

Onde está escrito que esses homens acima adoravam somente ao Deus Jeová, não usavam imagens no culto a Deus, ou que não praticavam o adultério e o assassinato? Ou que eles aguardavam o Messias prometido, cultuavam publicamente a Deus, temiam o inferno e aguardavam o Céu, etc.? Isso significa que essas coisas só deviam ser obedecidas após uma lei formalmente escrita ter sido registrada?

A proibiçao do assassinato só passou a existir depois que ela foi declarada a Noé?

Embutida na pergunta dos críticos, existe outra falácia: a de que apenas o povo que recebe uma lei formalmente escrita precisa obedecê-la. Então os gentios da época de Israel estavam livres para praticar a idolatria e o homossexualismo, por exemplo?

As palavras com as quais o mandamento começa – “Lembra-te do dia de sábado para o santificar” – mostram que o sábado não foi instituído pela primeira vez no Sinai. Essas palavras indicam que ele fora estabelecido antes; efetivamente, o foi na Criação, conforme o próprio mandamento revela. Deus tencionava que observássemos o sábado como o Seu memorial da Criação.

O mandamento que pede a observância do sábado está “inseparavelmente vinculado ao ato da Criação, sendo que a instituição do sábado e o mandamento quanto a observá-lo representam uma consequencia direta do ato de Criação. Adicionalmente, toda a família humana deve sua existência ao divino ato criativo; e, de acordo com isso, a obrigação de aceitar o mandamento do sábado como memorial do poder criador de Deus repousa sobre toda a humanidade”. – A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 408.


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"Meu Pai trabalha e Eu também" cancela o Sábado?

Projeto Sábado Solidário, em Curitiba/PR


Contra a guarda do sábado, muitos usam a seguinte declaração de Jesus:

"E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também". - João 5:17

Para respondermos, precisamos antes perguntar: qual era o trabalho de Jesus?

Na infância, Jesus foi carpinteiro e ia sempre à sinagoga com Sua família aos sábados (Luc. 4:16). Porém, quando assumiu o ministério que anunciaram os profetas, Seu trabalho foi puramente espiritual (Mat. 8: 14-17; Mar. 1: 29-32; Luc. 4: 38-41; Luc. 6: 6-8; Luc. 6: 18; Mat. 8: 2-4; Mar. 1: 40-44; Luc. 5: 12-14). Para a salvação dos pecadores, não há hora, nem dia, mês ou ano de parar de trabalhar, porque este trabalho é permitido e "é lícito, nos sábados, fazer o bem" – Mateus 12:12.

Vejam o que disse um teólogo das Assembleias de Deus:

“Mas Ele lhes disse: ‘Meu Pai trabalha até agora, e Eu também’. Noutras palavras, Deus trabalha no Sábado, sustentando o Universo, comunicando vida, abençoando os homens, respondendo as orações.” – Pr. Myer Pearlman, João – Ouro Para Te Enriquecer, pág. 59.


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O Sábado foi dado apenas aos judeus?

Ronaldo Fagundes - O Sábado Chegou


A expressão O SÁBADO FOI DADO AOS JUDEUS é um grande equívoco doutrinário, sem respaldo bíblico ou teológico. Obviamente, o sábado foi proclamado no Monte Sinai, a uma multidão judia. Mas concluir que nós, os gentios, não estamos obrigados a observá-lo, não está correto. Sabe por quê? Medite nisto:

“Quando os três discípulos Pedro, Tiago e João – todos judeus, estavam com Cristo no Monte da Transfiguração, veio uma voz do Céu, dizendo: ‘... Este é o Meu Filho amado; a Ele ouvi’ (Luc. 9: 35). Devemos então compreender daí que esta ordem do Pai de ‘ouvir’ a Cristo devesse ser obedecida unicamente por aqueles três discípulos, ou, quando muito, unicamente pela raça judia, da qual faziam parte? Isto, porém, seria tão razoável como a conclusão acerca do mandamento do sábado.” – Francis D. Nichol, Objeções Refutadas, pág. 23.

Como se vê, tanto no Monte Sinai, quanto no Monte da Transfiguração, Deus está diante de pessoas judias. No Sinai, ao dar a Lei, o monte incandesceu; na transfiguração, os três discípulos viram Jesus, Moisés e Elias rebrilharem como o Sol. Num e noutro caso, os circunstantes eram todos judeus. Ouça agora:

“...o simples fato de que o auditório se compusesse de judeus, não justifica a conclusão de que a ordem só a esses se destinasse. Basear uma objeção a um mandamento bíblico no fato de que ele tem ligações positivas com os judeus, levar-nos-á às mais estranhas conclusões. Toda a Bíblia foi escrita por judeus, e a maior parte se dirige especialmente aos judeus. Todos os profetas foram judeus, e o próprio Cristo ‘... tomou a descendência de Abraão’ (Heb. 2:16) e andou na Terra como judeu. E Ele também declarou: ‘... a salvação vem dos judeus’ (João 4:22). Devemos então concluir que... os profetas bíblicos, os apóstolos, o Salvador e a salvação devessem ser limitados aos judeus?” – Idem, pág. 24.

A Bíblia é clara ao ensinar que tanto judeus quanto gentios são salvos pela fé e devem obedecer aos Dez Mandamentos.

A doutrina bíblica, no tocante a Israel, pode assim ser resumida: Somos o Israel espiritual. Deus não tem absolutamente nenhuma promessa para os gentios, senão quando se tornam Israel. O gentio, como gentio, está completamente sem esperança, e isto a Palavra de Deus declara repetidamente. Jesus era da raça de Israel. Também os profetas, e todos os apóstolos, os autores do Novo Testamento eram israelitas. Jesus mesma declarou que "a salvação vem dos judeus." João 4:22. Somente Israel será salvo.

"É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios certamente... Porque nem todos os que são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos filhas... E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.... Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunhão de Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança... mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Crista chegastes perto... E ouvi o número dos assinalados e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados de todas as tribos dos filhos de Israel." — Rom. 2:28; 9:6 e 7; Gál. 3:29; Efés. 2:12 e 13; Apoc. 7:4.

Vejamos o que diz o comentarista batista William Carey Taylor em A Epístola aos Gálatas, pág. 316:

"O gentio por sua fé se torna descendente espiritual de Abraão, membro do Israel de Deus. A Jerusalém palestiniana e seu povo são repudiados categoricamente: 'está em escravidão com seus filhos' Gál. 3:25. Os crentes gentios são 'como Isaque, filhos da promessa'. 28. Israel segundo a carne passa a ser 'lançado fora,' não será 'herdeiro' das promessas proféticas, v. 30, antes identifica-se com a escrava Agar e o bastardo Ismael: mas o filho, o herdeiro, o Isaque, o Israel real, o povo de Deus, a Jerusalém celestial e seus filhos, são os crentes gentios, incorporados com Jesus e Paulo e os outros apóstolos, no tronco indestrutível da árvore de Abraão e da aliança da graça."

Na gloriosa cidade que dará a Seus filhos, há doze portas, e seus nomes são os das doze tribos de Israel. É preciso que nos tornemos Israel. Mesmo o estrangeiro, o gentio, terá que tornar-se membro da família de Deus, do Israel espiritual. Não há uma lei para o judeu e outra para o gentio, que peregrina conosco, como aqueles que peregrinavam com o Israel literal. Núm. 15:16.

"Aquilo que Deus propôs realizar em favor do mundo por intermédio de Israel, a nação escolhida, Ele executará afinal por meio de Sua igreja na Terra hoje. Ele arrendou Sua vinha 'a outros lavradores'" — Ellen G. White, Profetas e Reis, págs. 713 e 724.

Os privilégios de Israel transferiram-se a nós. Somos "os outros lavradores", mas as bênçãos da vinha são as mesmas. Todas as bênçãos divinas, inclusive o sábado, se transferiram para o Israel espiritual. Tanto Jesus quanto Seus discípulos ensinam que os privilégios e responsabilidades de Israel foram transferidos, na Nova Aliança, de Israel para a Igreja . Ela agora é o Israel segundo a fé, enxertada no remanescente do Israel segundo a carne.


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